Eu vim conhecer a a
importância do Hospital Napoleão Laureano quando precisei dos
seus serviços, anos atrás, quando minha saudosa irmã, Rosalinda, aos 40
anos, foi diagnosticada com
um câncer de mama,
numa época em que não se falava em auto-exame,
nem em diagnóstico precoce,
quando um exame de
ultrassonografia ainda era privilégio dos grandes centros do
País. Ao lado dela, acompanhando a sua luta pela vida, foi que descobri o
valor daquela casa, à época dirigida pelo
médico João Batista Simões, e
mantida graças aos esforços dos abnegados dirigentes da
Fundação Laureano, presidida pelo dr. Carneiro Arnaud.
Tratamentos quimioterápicos e de radioterapia; internações de urgência;
exames clínicos e radiológicos e , sobretudo, o apoio profissional
e psicológico de uma equipe de médicos e enfermeiras que a acolhia com
carinho e comovente dedicação, sem gastos adicionais, foi o que encontrei no Hospital onde também aprendíamos
lições de vida e de solidariedade, de pessoas desamparadas e sofridas,
em longas conversas enquanto aguardávamos o
atendimento que jamais faltou.
É por conta dessas lembranças, que preocupam as criticas
sobre as dificuldades que o Hospital enfrenta, e sempre enfrentou, com
o problema crônico da falta de recursos, sobrevivendo da caridade alheia e das minguadas verbas
do SUS, o Sistema Único de Saúde , cujo repasse é insuficiente para
arcar com as suas despesas de manutenção e funcionamento.
O Hospital,
que tem à frente o mesmo dr. Antonio Carneiro Arnaud - aquele
médico que
construiu uma longa história de integridade e dedicação à saúde pública
e que toda a Paraíba conhece - vive momentos difíceis . Está na hora do
Poder Público, em
todas as suas esferas, e da sociedade paraibana em geral,
sair em defesa da instituição
que nunca faltou à população nos momentos de angústia ,
sem distinção de classe, cor ou condição social.
De nada adianta atirar pedras: é preciso reuni-las todas para proteger aquela casa
da esperança
que, como bem disse o tribuno Alcides Carneiro, “por infelicidade se procura e por felicidade se encontra”.
A casa da esperança
11 Jun 2020- 175