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A cor da pele

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Nunca analisei nem  avaliei  as pessoas pela cor da sua pele. Para ser franco,  não fora esse detalhe, não saberia distinguir entre uma e outra.  Na hora de me aproximar de alguém, seja  branco, seja negro ou amarelo, o que conta é a simpatia, perceber o seu caráter, observar a sua índole e concluir se  é do bem ou do mal. Talvez seja por isso que a palavra racismo sempre me soou tão forte , provocando sentimento de repulsa e repugnância quando observo qualquer tipo de discriminação contra um ser humano baseado em princípios tão vis e mesquinhos.
Sempre me impressionei muito com filmes com essa temática, sejam aqueles que retratam a política racial americana, que permanece  violenta , radical e sanguinária e na qual ainda permanecem em atividade  grupos extremistas como a Ku Klux Klan; sejam as películas que revelam os horrores da Alemanha nazista na Segunda Guerra, quando 6 milhões de judeus foram humilhados, torturados e dizimados por causa da sua origem e da religião que praticavam.
Existem  outros casos não menos repulsivos e intoleráveis como o conflito  que matou centenas de milhares de negros na África do Sul,  condenados à  fome e à miséria por uma minoria branca que comandava o País; ou o pérfido período de escravidão no Brasil que, durante três séculos, produziu efeitos danosos e irreversíveis à raça negra, ainda hoje sofrendo mazelas dessa insanidade que prevaleceu  por tanto tempo no País, embrenhada na cultura brasileira com marcas definitivas em sua história.
Pessoalmente, conheci muito cedo o significado da tal discriminação, através de um episódio que  marcou a minha infância na Cesário Alvim, no Rio de Janeiro, onde fui uma menino livre  de preconceitos,  que se relacionava com todas as crianças como eu, indistintamente, fossem  brancas,  pretas, pobres ou ricas. Embora, teoricamente, pertencesse a uma “elite privilegiada”, pela posição importante que meu pai, Abelardo Jurema, desfrutava  na vida pública do País, sempre me senti uma criança igual às outras, que gostava de jogar “pelada”  na rua e de andar de carrinho de rolimã produzido no quintal de casa com madeira de construção.
Certa vez, eu e meu irmão convidamos o nosso amigo Pelé, um menino magro, preto retinto, que morava no morro no final da ladeira da  minha rua, para ir conosco tomar banho de piscina no Iate Clube, agremiação aristocrática que  podíamos frequentar  graças a   um convite especial oferecido a meu pai, à época era deputado federal e ministro da Justiça. No meio da brincadeira, fui advertido por um homem uniformizado que me  informava ser a piscina liberada “para sócios e não para empregados”.  Fiquei perplexo com a proibição e decidi ir embora, revoltado e sem entender a razão daquela injustiça.
É dessa sensação de desconforto e indignação que me lembro agora face ao episódio aviltante e revoltante  que custou  a vida de George Floyd, o  americano torturado e executado, aos nossos olhos,  pela cor de sua pele,  vítima de uma cena que nos deixou a todos revoltados e ruborizados de vergonha ao testemunhar  a violência exercida  através do ódio alimentado  por parte de quem, lamentavelmente, não enxerga  que, no planeta Terra  só há espaço para um tipo de raça, a raça humana.  E um único princípio que  deve nortear a nossa conduta cristã: “Amai uns aos outros como a ti mesmo”,

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