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A recompensa

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Abelardo Jurema Filho
 
Em meados do ano passado, quando o jornal Correio da Paraíba cerrou as suas portas, receei que a coluna do Abelardo, que comecei a escrever aos 23 anos no semanário O Momento, também tivesse completado o seu ciclo na imprensa da Paraíba. Fiquei tão inconformado com a possibilidade de ver cair por terra um trabalho de mais de quatro décadas, que decidi dar continuidade a qualquer custo, utilizando a internet, o único meio que dispunha para mantê-la em atividade e não me afastar do contato com os leitores.
Muitos acreditavam que de nada valeria o meu esforço: “não dá mais, Abelardo. Você tem que se conformar e partir para um blog, modificando todos os seus conceitos”, aconselhavam. Mesmo assim, decidi seguir o meu instinto e ir adiante, preservando a coluna em seu formato original, no mesmo estilo e a mesma diagramação que consagraram a confiabilidade e o atrativo que a conduz ao longo de todo esse tempo.
Não desanimei e, sobretudo, apostei na minha intuição de que poderia ter um bom resultado desde que mantivesse a coerência, a ética, o critério e, principalmente, a qualidade da informação e praticasse uma linha editorial independente, opinativa e, por vezes, crítica e bem humorada, como forma de garantir a fidelidade dos que me acompanhavam na mídia impressa – em O Norte e no Correio – e de conquistar novos adeptos e seguidores nas plataformas digitais.
Ao longo de quase dois anos, sem abdicar um único dia, a coluna do Abelardo se manteve presente. Ganhou espaços. Reafirmou a sua credibilidade. Consolidou a sua independência. Sem as amarras das empresas, sempre às voltas com os seus próprios interesses, nos mantivemos em busca de um jornalismo profissional cada vez mais comprometido com a boa informação, a qualidade da notícia, sem paixões e radicalismos.
Domingo que passou realizamos mais uma edição da tradicional Feijoada do Abelardo. A primeira em “carreira solo”, sem o respaldo dos grandes sistemas de comunicação. E foi gratificante observar a resposta positiva que recebemos da sociedade paraibana, que nos proporcionou uma frequência superior às festas anteriores, reunindo um público plural e representativo, de diversas faixas etárias, significando a aprovação ao nosso trabalho, contínuo e perseverante.
Retornando à inspiração do “velho” Abelardo Jurema, que, do alto de sua sabedoria, sabia oferecer conceitos imortais sobre os valores da vida, o sucesso da Feijoada de ontem teve um sabor especial que transcende qualquer forma de gratificação: foi o maior salário moral que já recebi em todos esses anos de amor e dedicação à minha profissão, a prestar serviços à Paraíba, no mais absoluto respeito à confiança dos paraibanos que me honram com a sua leitura.

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