O que era uma manifestação inspirada e
mantida por um único homem , transformou-se, efetivamente, num bloco carnavalesco , surreal e de sentimento
anarquista, como convém a uma (des)
organização popular que se propõe a brincar e se divertir, sem
compromissos nem maniqueísmos, motivada apenas pela força da alegria . A
Baratona, de Marcos Pires, um advogado
competente , ser humano irreverente e folião disciplinado, vai desfilar amanhã
pela orla marítima no
mais autentico espírito do carnaval: sem amarras, sem regras e sem limites.
O bloco não tem apoio oficial; não aceita dinheiro de patrocinadores; não tem cordão de isolamento; não vende camisetas nem abadás, e
vai sair da concentração na
praia do Cabo Branco, acompanhado apenas por uma
bandinha de frevo,
tocando marchinhas
que imortalizaram o carnaval pessoense. Depois , segue para Tambaú, passando
por vários bares no percurso,
arregimentando
pessoas que vão
se unindo ao grupo,
engrossando o cordão , contaminados pelo entusiasmo
dos seus seguidores.
Alimentada pelo espírito de d. Creusa Pires, a maior foliã
de João Pessoa, uma mulher que escreveu a sua história na cidade com admirável simplicidade e vocação de
se doar ao próximo com amor e generosidade, a Baratona, comandada
pelo seu filho Marcos Pires, e por sua mulher, Leka Bezerra,
reafirma aquela história de que um sonho, quando sonhado por muita gente, deixa de ser sonho e passa a se tornar
realidade.
Sem outra motivação
que não o desejo de compartilhar a paz e disseminar o sentimento de
solidariedade, a Baratona
promete se constituir no grande barato desse carnaval, deixando
de ser apenas uma fantasia do seu criador para ser
adotada pelos paraibanos que amam a sua cidade e não desejam ver fenecer as
mais preciosas heranças
culturais do carnaval de rua.
Obrigado, Marcos, pela sua perseverança em nos oferecer esse legado.
Anarquista, graças a Deus!
11 Jun 2020- 173