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De empresário a Acadêmico

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Quando ele chegou  aqui, em meados dos anos 70, disposto a realizar o seu primeiro grande empreendimento industrial estimulado pelos Incentivos Fiscais da Sudene, que abria as portas do Nordeste para os investidores, ele era apenas um jovem idealista que, em seus 30 e poucos anos, sonhava ser um empresário de sucesso disposto a crescer e a conquistar o seu espaço no mundo dos negócios que ele já dominava com impressionante precocidade. Ao lado do primo e sócio, Paulo Brandão Cavalcanti Filho, implantou a Atma Uldesa Nordeste, uma grande empresa transformadora de plástico , posteriormente denominada Polyutil, que por muito tempo abasteceu o mercado nordestino com utilidades domésticas e garrafeiras industriais, oferecendo empregos, gerando renda e contribuindo com o desenvolvimento da Paraíba. Somente alguns anos mais tarde , Roberto Cavalcanti Ribeiro, pernambucano de boa cepa, filho do antropólogo Renan Ribeiro e membro de família aristocrática e respeitada do Recife, viria  se tornar empresário da comunicação, adquirindo o controle acionário do Correio da Paraíba, à época um jornal em franco declínio que atravessava grave crise econômica. Ergueu financeiramente o jornal, recuperou a sua credibilidade,  até conduzi-lo à liderança da Imprensa paraibana, à custa de muito trabalho e sacrifício, que custou a vida do seu sócio e companheiro, Paulo Brandão, abatido a tiros quando o Correio fazia denuncias sérias de corrupção no Governo da Paraíba. Enfrentou o episódio com extraordinária coragem, arriscando a sua vida e a integridade de sua família. Não se intimidou. Não se abateu. Não esmoreceu. Ao contrário, reagiu com a bravura dos heróis, do espadachim que não foge a luta mesmo quando em aparente inferioridade numérica e circunstancial. Multiplicou-se como um exército e enfrentou a tudo e a todos até ver a Justiça ser aplicada nos responsáveis por aquele golpe urdido na madrugada, que  ceifou a vida do seu amado primo-irmão com quem convivera desde a sua infância. À frente do jornal, tomou gosto pelo novo mister. Embrenhou-se em suas páginas. Passou a viver as suas emoções. A apaixonar-se pela força da palavra escrita, pelo sabor da noticia, pela beleza de suas crônicas, pela arte de escrever os seus próprios textos e pelo indescritível prazer de  de vê-los publicados  e avaliados pelos olhos atentos dos leitores. O economista formado pela Universidade Federal de Pernambuco, que sempre racionou  sobre números, estatísticas e índices econômicos, deu vazão ao escritor sensível, à vocação humanista do antropólogo René Ribeiro que lhe deixou mais esta herança. Hoje , muitos artigos depois e uma passagem brilhante como representante da Paraíba no Senado, Roberto Cavalcanti Ribeiro chega à Academia Paraibana de Letras. O empresário obstinado, que sempre pensou coletivamente; que sempre agiu visando o bem comum; que oferece espaço à manifestações  dos intelectuais paraibanos;  que defende  a livre expressão;  e que anda de braços dados com a cultura do seu Estado, recebe o reconhecimento público a uma trajetória marcante entre as personalidades do seu tempo, inscrevendo o seu nome na galeria dos imortais paraibanos. Que seja muito bem vindo o nosso valoroso confrade.

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