NELSON SANTIAGO - Estou lendo um livro interessante: Vento Vadio, contendo 185 crônicas de Antônio Maria. Uma antologia organizada pelo pesquisador/escritor Guilherme Tauil. Antônio Maria conseguiu disseminar seu talento, entre as décadas de 50 a 60, para o rádio, a iniciante TV, a música popular brasileira (autor de clássicos da MPB) e a literatura. Foi contemporâneo de Rubem Braga, Paulo Mendes Campos, Fernando Sabino, José Lins, Dorival Caymmi, Vinicius e outras celebridades. Não guardava os recortes de seus textos e nunca publicou um livro enquanto esteve correndo para cumprir os prazos das redações. Um autor que escrevia com lirismo e inteligência singulares. Amava o Rio de Janeiro, as belas mulheres e conhecia, como poucos, os recantos famosos dos dias e noites cariocas. Era pernambucano. Viveu intensamente 43 anos (1921-1964).
CLEANTO GOMES PEREIRA - Depois de muito pensar cheguei à irrefutável conclusão de que a presença no bar é realmente indispensável ao bem-estar e sucesso dos homens. É lá que, além do papo bem-humorado e estimulante aos nossos sonhos e projetos, conquistamos amigos verdadeiros e a resolução de muitos problemas de várias esferas de nossa vida pessoal. Lá, por exemplo, encontramos o amigo que recomenda um bom médico ou hospital no caso de doenças graves, bem como remédios e paliativos para mazelas passageiras; encontramos o amigo que indica uma boa oficina para um reparo no seu carro; a loja mais apropriada para aquisição de um produto qualquer; a maneira mais fácil de se desvencilhar de um problema de ordem pública, as melhores vias para um local desejada, o barbeiro qualificado e não mercenário; bons livros para nossa leitura; o conselho mais cabível numa contenda com terceiros e até com a própria esposa ou companheira, entre outros benfazejas contribuições! E tudo isso desprovido o verdadeiro amigo de interesses malévolos ou sub-reptícios! Portanto, salve os bares da vida, onde afinal encontramos grande parte de nossa almejada felicidade.
