Não sei se ainda está lá, mas até bem pouco tempo uma placa, fixada no
hall de entrada
da Universidade Federal da Paraíba , expressava a
frase profética e poética, do ministro José Américo de Almeida,
fundador e patrono da instituição:
- Eu vos dei as raízes. Outros vos darão asas e o selo da perpetuidade.
Isso vem acontecendo através dos tempos através de
educadores, professores e grandes mestres que contribuíram com o
engrandecimento da vida acadêmica de uma Universidade que está entre as
melhores do País, que já formou e revelou grandes talentos das
ciências, das letras e das artes, e que tem merecido
do Ministério da Educação avaliações bastante positivas aos
cursos que oferece aos estudantes de todo o País e também do exterior.
Entre os que deram asas à UFPB, como preconizou o
autor do livro A Bagaceira, referência da literatura brasileira, foi o
então deputado Abelardo Jurema, que usou a sua influência junto ao
presidente Juscelino Kubitschek
para conseguir a federalização da instituição que
já despontava
como um centro de cultura e de conhecimento em franca expansão,
necessitando do apoio do Governo Federal para que pudesse alçar vôos
mais altos, com recursos necessários ao seu desenvolvimento.
Hoje, a Universidade está sob o comando da reitora Margareth Diniz, que goza de elevado prestigio junto à comunidade acadêmica,
que referendou o seu nome para um segundo mandato que desempenha com
dedicação e espírito republicano. Mesmo enfrentando graves dificuldades financeiras,
com o corte de verbas federais, ela cumpre o seu
reitorado com responsabilidade, mantendo em funcionamento todos os
departamentos
que compõem a UFPB.
Agora, entretanto, uma informação
deslustra a gestão universitária porque revela
desprezo pela arte e pelo trabalho de um grande artista. O quadro intitulado A Bagaceira ,
obra de Flávio Tavares, nome da maior projeção
das artes plásticas da Paraíba, foi retirado do seu local de origem e
encontra-se abandonado num corredor da Sala de Concertos Radegundis
Feitosa, no Campus de Pessoa.
O fato, naturalmente, agride e revolta o autor que levou quase um ano
para construir uma obra de arte que teria lugar de honra nas mais
respeitadas galerias do mundo. Mas atinge, sobretudo, a memória de José
Américo, causando
indignação a
todos os paraibanos que exigem respeito ao artista
, ao seu talento e à própria história da Paraíba retratada num
poema emoldurado e
escrito com alma, tintas e pincéis.
O artista e sua obra
11 Jun 2020- 175