Não nos conhecíamos pessoalmente, exceto por uma única
vez quando o vi numa das convenções do jornal O Globo, que eu
representava comercialmente na Paraíba. Mas não fomos apresentados,
embora ele tenha feito uma saudação
a todos nós que participávamos daquele evento, realizado na sede da
empresa, na rua Irineu Marinho, no
Rio de Janeiro, ainda nos anos 80.
Tínhamos, entretanto, muitas afinidades além do fato de termos nascido no mesmo ano (1952)
e fazermos parte de uma geração de jornalistas apaixonados pela notícia. Aos 20 anos, em
1972, enquanto
eu ingressava no quadro de repórteres do Jornal do Brasil, ele também iniciava a sua carreira no Diário de Notícias.
Em 1975, Ricardo Boechat foi trabalhar
como assistente do jornalista Ibrahim Sued, um dos pioneiros da
crônica social no País, de onde emergiu para conquistar o seu próprio
espaço, no jornal O Globo, no inicio dos anos 80,
como editor da
coluna Carlos Swan, titulo da principal coluna social daquele que já era o
principal jornal
do Brasil.
Por minha vez, após estágio como colaborador do colunista Heitor Falcão, o ás da crônica social da Paraíba de então , e
passagem no semanário O Momento,
ingressei no jornal O Norte, o periódico de maior circulação e prestigio do Estado, assinando a coluna Status,
por 11 anos,
até ingressar no sistema Correio da Paraíba,
onde permaneço até hoje.
Talvez seja por tudo isso que a morte de
Ricardo Boechat, a quem considerava o mais completo profissional de Imprensa do País, tenha me doído tanto,
como a perda de um amigo de infância. É muito
doloroso assistir a despedida, trágica e prematura, de um companheiro de
geração que me servia de exemplo e inspiração, pela sua paixão pela
profissão, pelo seu compromisso
com a informação, pelo respeito à ética e amor pela verdade.
Que vá em paz, o valente mensageiro.
O mensageiro
11 Jun 2020- 176