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Os Os anti-heróis da TV

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Não faz muito tempo  os Ministros do Supremo Tribunal Federal  eram, praticamente, desconhecidos do grande público. Mesmo  nomes de maior projeção  como os paraibanos Rafael Mayer; ministro durante o governo do presidente Ernesto Geisel ;  Djacy Alves Falcão e Oswaldo Trigueiro de Albuquerque Melo, ambos  no Governo do presidente Castelo Branco , e até mesmo Epitácio da Silva Pessoa, que foi ministro do STF antes de chegar à presidência da República, não são lembrados pelo exercício do cargo que ocuparam com a discrição e reserva muito  próprias dos magistrados de sua época. Ministros como Sepúlveda Pertence, Thompson Flores, Francisco Resek, Evandro Lins e Silva, Paulo Brossard , Bilac Pinto, Celso de Melo, Nelson Jobim  e outras figuras estelares da constelação de grandes juristas brasileiros, sobressaíram-se no STF não através da mídia e do noticiário dos jornais, mas, sim,  pela  postura grave, equilibrada,  serena e segura que adotaram durante todo o período em que estiveram naquela Corte de Justiça,  à serviço do País e da cidadania brasileira. De uns tempos para cá, entretanto, tudo mudou. Desde que o avanço tecnológico  permitiu a criação da TV Justiça e, por conseguinte, que as sessões do Supremo Tribunal Federal fossem transmitidas ao vivo para todo o Brasil, os nossos magistrados passaram a adotar uma conduta observada no  Código de Ética da Magistratura que , em seu artigo IV,  no parágrafo 12, adverte que, “na sua relação com os meios de comunicação social, devem  comportar-se de forma prudente e eqüitativa, abstendo-se de emitir opinião sobre processo pendente de julgamento”, entre outras restrições inerentes às suas funções. O que se observa agora, é que os Ministros do STF passaram a disputar espaço com os astros da TV. Participam de programas de auditório, dão entrevistas na porta dos tribunais, nas ruas ou em qualquer lugar em que sejam abordados, onde haja uma câmera e um microfone. Hoje, os magistrados  que compõe a nossa Suprema Corte são todos velhos  conhecidos do público, têm fãs que os idolatram e pessoas que os repudiam. Essa excessiva exposição midiática os tornam  vulneráveis ao julgamento da opinião publica, passando de juízes a réus, sobretudo  no implacável tribunal das Redes Sociais, sempre impiedoso em seus julgamentos, determinados por  ódios e paixões.O Poder Judiciário é o alicerce da democracia e do Estado de Direito. É preciso preservá-lo a qualquer preço. Mas, para isso, é necessário que os nossos doutores da Lei deixem de lado o papel de pretensos  Paladinos da Justiça e  observem o velho provérbio chinês: “Cala-te,  ou fala algo que valha mais do que o silêncio”.

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