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Profissão Repórter

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Desde a minha infância na rua Cesário Alvim, no Rio de Janeiro, que me afloravam duas inclinações: o gosto pela música e pela palavra escrita. No curso primário, no Ginásio Acadêmico, com a minha primeira professora, d. Maria Efigênia, sempre ouvia elogios às redações que escrevia como tarefa escolar. Ainda criança, sempre gostei de redigir  cartas e bilhetes, uma forma de expressão que era rotineiramente utilizada na minha família onde todos nasceram com o dom de traduzir no papel suas verdades e os seus sentimentos. Meu saudoso Irmão, João Luiz, que foi embora aos 46 anos, costumava dizer que lá em casa adotávamos o sistema “Pero Vaz de Caminha”, uma alusão ao escrivão português, para resolver os nossos problemas e rusgas familiares. Cartas iam e vinham sempre que necessário para repor a ordem nas relações familiares. E ainda hoje é assim, através dos emails e mensagens pelo WhatSapp que facilitaram ainda mais a intercomunicação da Juremada. Não foi à toa, portanto, que ingressei no jornalismo quando contava apenas 20 anos, através de um curso no Jornal do Brasil, para o qual fui classificado em 30º lugar das 30 vagas disponíveis. Naquela época o JB era o jornal de maior prestígio no País e competia em tiragem com O Globo, de Roberto Irineu Marinho. Vale salientar que então, em 1972, não havia Faculdade de Comunicação  e a profissão de jornalista ainda não era regulamentada, fazendo que as empresas  formassem a sua própria mão de obra. A passagem pelo JB foi decisiva na minha formação profissional, iniciando como revisor de telegramas das grandes agencias de noticias – Associate Press, UPI e France Press – através das velhas máquinas de teletipo e radiofotos. Tive professores  como Oldemário Touguinhó, Mauro Santayana e Zózimo Barroso do Amaral e assisti palestras de Carlos Eduardo Novaes, Armando Nogueira  e Walter Fontoura, nomes de expressão da Imprensa brasileira. Foi ali que percebi, finalmente, que tinha uma vocação e que poderia fazer algo que me proporcionasse  satisfação pessoal e que me possibilitasse, ao mesmo tempo, dinheiro suficiente  para me sustentar. Afinal, o encontro do homem com o seu destino, a  sua real aptidão,  é o momento mais importante na vida de uma pessoa e o grande Ulysses Guimarães ensinava que “o segredo da felicidade é fazer do dever um prazer”. Ainda hoje, quando volto ao Rio de Janeiro  e revejo o velho prédio do Jornal do Brasil, na avenida Rio Branco, me vejo por entre os seus corredores como quem assiste a um velho filme,  do qual fui apenas um figurante,   que marcou definitivamente a minha trajetória e me abriu os horizontes para uma nova vida, ilimitada, surpreendente, fascinante e prazerosa,  que me levou a Academia Paraibana de Letras e me   proporciona a honra de  ocupar este espaço em A União, ao lado  dos grandes mestres da imprensa da minha terra. Ainda hoje guardo comigo uma velha carteira de identificação onde está escrito: “Empresa S/A Jornal do Brasil – Repórter. É este o crachá que trago no peito e que há de me acompanhar por toda a minha existência.

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