Viver é um grande desafio que exige sabedoria, coragem e perseverança
para continuar seguindo em frente mesmo diante das dificuldades que
surgem a cada dia e que nos exigem
a força e o conforto da fé em Deus para que
possamos prosseguir, sem temer as intempéries e sempre dispostos a
enfrentar e vencer os obstáculos que nos intimidam.
Aceitar a perda de parentes e pessoas que nos são caros, é, talvez,
o mais difícil deles. Com o passar dos anos, temos que nos acostumar a conviver com essa realidade que nos impõe o destino, ao
nos despedirmos daqueles que partem antes de nós e nos deixam, subitamente,
para nunca mais voltar.
Certa vez meu pai, já na chamada idade provecta, quando as perdas vão se acumulando, chegou a me dizer que uma de suas
maiores dificuldades era a conformação em
saber que, ou vamos chorar muito pela partida dos outros, ou
eles vão chorar pela nossa ida definitiva ao encontro do Senhor. “Não há
outra saída; é a fila que anda”, salientou na ocasião.
Nos meus “sessentões”, já vivi muitas dores pela partida de entes
queridos e de amigos que compartilharam comigo boa parte da minha
existência, dividindo emoções e conquistas, dificuldades e vicissitudes.
E preocupa saber que essas experiências não terminarão
por aqui, e que muitas outras me aguardam até que chegue a vez
de minha consagração ao Espírito Santo.
A morte súbita e trágica do cantor Gabriel Diniz, um jovem de 28 anos que
tinha o mundo aos seus pés, cheio de sonhos, projetos
e de entusiasmo de uma vida de glórias e de sucesso, enseja essas e
outras reflexões, nos levando a rever os nossos conceitos, a valorizar o
que temos e o que somos; a desprezar
sentimentos inúteis e, sobretudo, a agradecer a Deus cada momento que
nos oferece nessa viagem
meteórica, fascinante e inquietante.
Como disse Cazuza: “Vida, louca vida. Vida breve. Já que eu não posso te levar, quero que você me leve”.
Vida, louca vida
11 Jun 2020- 169