No ano passado tive a oportunidade de lhe conferir o Troféu Heitor Falcão, criado pela coluna para homenagear pessoas e instituições da Paraíba que tenham se projetado ou deixado a sua marca na história do nosso tempo. E dona Clemilde Pereira, que nunca deixou de ser a mulher do professor Afonso Pereira, a quem honrou na vida e na morte, era um nome imprescindível à essa galeria de homenageados acumulados em 22 anos da realização daquele evento. Aos 96 anos, ela se mantinha resoluta à frente do Memorial que construiu para perpetuar a memória do seu marido, um dos paraibanos mais importantes do século XX, reunindo todo o acervo de fotos, documentos, imagens e objetos pessoais que pudessem contar a sua trajetória realizadora como fundador da Fundação Padre Ibiapina; como o construtor de dezenas de escolas através da Cnec; como fundador da Orquestra Sinfônica da Paraíba; como presidente da Academia Paraibana de Letras ou prior da Santa Casa de Misericórdia, entre inúmeras outras atividades que contribuíram, para desenvolvimento do Estado. No livro que escreveu recentemente, contando a sua própria história, ela saiu do papel de coadjuvante e passou a protagonista, narrando os sacrifícios, as vitórias e as experiências que acumulou ao lado do homem que amou e respeitou até o final dos seus dias. Que Deus a acolha com o carinho dedicado às suas filhas mais fiéis, de quem viveu a fazer o bem e a cuidar dos seus semelhantes.
Grande perda
01 Ago 2020- 52