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A morte do jornalista Sebastião Barbosa, o Barbosinha, que faleceu aos 83 anos em Santiago do Chile, onde estava radicado há muitos anos, enlutou a Imprensa paraibana onde ele militou, anos a fio, como um dos seus mais brilhantes profissionais, entre os anos 60 e 80, inteiramente dedicado a informar os leitores com exatidão e coragem. Era um repórter, na acepção da palavra, inteiramente dedicado à notícia e absolutamente comprometido com a verdade.
Autor de diversos livros sobre temas polêmicos que marcaram a história contemporânea da Paraíba, com destaque para “O Braço Armado do Latifúndio”, em que busca esclarecer as circunstâncias, os responsáveis e os motivos que determinaram o assassinato da líder camponesa Margarida Maria Alves, Barbosinha era implacável na prática do jornalismo investigativo, que, nos últimos anos, desapareceu da redação dos jornais e da televisão.
Com passagem em diversos veículos de comunicação do Estado, inclusive aqui no Correio, integrou uma geração de ouro da Imprensa paraibana onde figuram nomes como Gonzaga Rodrigues, Natanael Alves, Luiz Augusto Crispim, Adalberto Barreto, Evandro Nóbrega, Jório Machado, João Manoel de Carvalho, Severino Biu Ramos, Maria José Limeira, Marcone Cabral, Bosco Gaspar, Genésio de Sousa, Teócrito e Wills Leal, entre tantos outros, deixando preciosos exemplos de dedicação e amor à profissão, que exerceu por muitos anos com paixão, dignidade e honradez.
Deixou a Paraíba e exilou-se, voluntariamente, no Chile, onde passou a residir com sua mulher, Luana, e uma de suas filhas. Com problemas de saúde, afastou-se dos amigos e de sua terra para curtir o o acaso de sua vida envolto com os seus pensamentos, e, quem sabe, rememorando, orgulhoso, os feitos que realizou numa carreira cumprida com integridade, paixão e desprendimento.