Fonte:
Imprimir
Josinaldo Malaquias
Professor Mestre em Comunicação
Pós-Doutor em Direito
Professor Mestre em Comunicação
Pós-Doutor em Direito
Desde criança tenho um fascínio especial pela saga do Presidente João Pessoa, um mártir assassinado em 26 de julho de 1930. Na escola primária aprendi a reverenciá-lo a tal ponto de saber de cor e salteado os hinos cantados em sua homenagem. Como repórter, um dos fatos mais marcantes que cobri foi todas as comemorações dos cinquenta anos do episódio, em 1980, na Paraíba.
O martírio de João Pessoa foi, sem nenhuma sombra de dúvidas, o fato mais importante dos primeiros cinquenta anos do século XX no Brasil, haja vista que catalisou uma revolução estrutural que decretou o ocaso da República Velha carcomida por nefastas práticas coronelistas que criavam espécies de feudos semelhantes a estados paralelos a desafiar a ordem federativa.Na Paraíba, por exemplo, João Pessoa tentou implementar uma política moderna de superação de interesses coloniais e ruptura com as concepções e interesses coronelistas com subsistemas de leis criada ao alvedrio de qualquer ordenamento jurídico. Era a lei do mais forte a vigorar dentro das terras particulares caracterizada por uma espécie de imunidade que impedia a ação legal do direito e da justiça.
Igualmente criou um Tribunal de Contas para fiscalizar os desmandos dos municípios, verdadeiros tesouros para a pilhagem e a corrupção. Por fim, realizou obras públicas de açudagem contra a seca sob a tutela do Estado. Com tais medidas, desagradou os barões das terras que se negavam a pagar impostos.
Paixões descontroladas acabam por assassiná-lo covardemente. Sua morte irrompe na Revolução de 1930 que expurga o Brasil do colonialismo implantando as categorias do capitalismo industrial.